Por: Francisco Junior Batista Pedrosa (Ipt - Instituto de pesquisas tecnológicas), Eric Augustin (Instituto de pesquisas tecnológicas ), Tayná Cunha Souza (Instituto de pesquisas tecnológicas ), Sandra Lúcia de Moraes (Instituto de pesquisas tecnológicas ), André Luiz Nunis da Silva (Instituto de pesquisas tecnológicas ), Fabrício Parreira (vALE), Flávio Dutra (vALE), Valdirene Resende (vALE), Felipe Pimenta (Vale)
Resumo:
Os aglomerados de minério de ferro são fundamentais no aproveitamento de jazidas de minério de ferro de baixo teor e na jornada de descarbonização da indústria siderúrgica, pois são produtos “engenheirados” quanto à composição química, formato e resistência mecânica. Embora a composição química seja o fator-chave no desempenho dos reatores de redução, a resistência mecânica é um pré-requisito, especialmente em se tratando de aglomerados destinados ao mercado transoceânico. Como as operações de transporte, manuseio e disposição em pilhas ou em leitos implicam em diferentes esforços, é de fundamental importância a realização de ensaios de caracterização que simulem, da melhor maneira possível, estes esforços. Convencionalmente os aglomerados de minério de ferro são caracterizados por ensaios padronizados que avaliam a resistência à compressão, abrasão (tamboramento) e impacto (Shatter). O ensaio Shatter tradicional é realizado em sínteres, segundo um procedimento que avalia a degradação do produto após 4 quedas sucessivas. No entanto, de maneira geral, a realização de 4 quedas em aglomerados de elevada resistência mecânica (pelotas e briquetes) não é suficiente para discretizar o desempenho de produtos produzidos a partir de diferentes misturas e/ou métodos de produção. Diante disso, foi desenvolvido um método alternativo, denominado Shatter Estressado, que consiste em registrar o número de quedas que o aglomerado suporta para atingir um índice Shatter de 85%. Tal ensaio, que vem sendo conduzido de maneira manual, pode agora ser conduzido em um Shatter Automático. Os resultados dos ensaios de Shatter Estressado conduzidos no equipamento manual e no automático são relativamente similares, com uma diferença de 3%. Os ensaios foram realizados em duplicata e demonstraram excelente reprodutibilidade. Outro ponto observado é que a massa do aglomerado exerce significativa influência na resistência ao impacto. Os resultados apresentados no presente estudo habilitam o Shatter Automático como método para caracterização de aglomerados com a vantagem de reduzir mão de obra e minimizar os riscos de acidentes. Tal equipamento e método poderão ser utilizados em centros de P&D, além do controle de qualidade de processos e produtos nas indústrias de mineração e siderurgia.
