Por: GERALDO LUCIO DE FARIA (Universidade Federal de Ouro Preto), Alice Silva Gonçalves (Universidade Federal de Ouro Preto), PAULO SÉRGIO MOREIRA (Universidade Federal de Ouro Preto)
Resumo:
O boro é um elemento de liga intersticial, com raio atômico relativamente grande, que é comumente utilizado para melhorar a temperabilidade dos aços. Um problema fenomenologicamente ainda não bem compreendido tem sido a causa de inúmeros prejuízos em plantas de laminação a quente de aços ao boro: o trincamento de placas nos fornos de reaquecimento. Uma possível causa apontada é a significativa diferença nas taxas de aquecimento entre regiões superficiais e internas da placa gerando tensões de natureza térmica, principalmente durante a etapa de austenitização (entre Ac1 e Ac3) nesse tipo de aço. Neste contexto, o presente estudo avaliou o efeito da taxa de aquecimento sobre a cinética de austenitização de um aço ao boro com o objetivo de gerar dados que sirvam como base para respaldar, ou não, esta hipótese. Para este fim, ensaios dilatométricos e técnicas de caracterização microestruturais foram utilizadas. Concluiu-se para o aço estudado que as temperaturas críticas de transformação de fase (Ac1 e Ac3) aumentaram à medida que a taxa de aquecimento aumentou. O modelo JMAK utilizado para descrever a cinética de austenitização mostrou-se apropriado neste estudo, com valores de R2 muito próximos de 1, indicando uma boa adequação aos dados experimentais. Além disso, o aumento da taxa de aquecimento resultou em um aumento na constante de ajuste k da equação JMAK, indicando uma influência significativa na velocidade média de austenitização.